domingo, 27 de outubro de 2013

Que epifania chata...

 Há dois meses em média, parei de beber, estou há um pouco mais que isso sem fumar cigarros e tenho me mantido bem longe de qualquer outra droga. Ok, não tão longe assim, convivo com elas ao meu redor, quase que diariamente quando encontro com meus amigos. Mas não as uso, tanto as legais quanto as ilegais (O plural te assusta? Relaxa, o singular é mais perigoso). Neste meio-tempo, não me privei de sair de casa, frequentar os mesmos lugares, ir as baladas ou me alistei no exército de Jesus Cristo. Muito pelo contrário, tenho mantido uma vida de geek sedentário - só nas madrugadas de segunda a quinta - e saído nos finais de semana com a mesma frequência que um bar man. Como desempregado, tenho tido mais tempo para... não ter tempo. Ando de skate quase todos os dias e tento resolver a minha vida em cada passo in falso que dou no decorrer dela.

 E o que está ruim?

 Venho notando ao longo dos meses, desde o ano passado, que o tratamento de alguns e o comportamento de outros "amigos" em relação a minha pessoa tem mudado. Isso começara pelo fato, motivo, causa, razão e circunstância, de eu (será que se escreve assim?), não ser mais um usuário de Cannabis. No início parecia paranoia minha, mas com tempo percebi que não era apenas uma teoria da conspiração de minha parte. Esta teoria tomou forma quando larguei o vício do cigarro, e se concretizou quando larguei o álcool. Não mais era convidado para eventos (nada society light, apenas happy hour mesmo), me esqueciam em certos "roles" e quase sempre era lembrado quando precisavam de alguém pra tirar fotos, fazer aqueles vídeos, arranjar tinta, fazer uns graffitis, digitar isso, criar aquilo... Serviços!
 Me dei conta de que estou sendo visto como um prestador de serviços. Minha avó, minha mãe e mais alguns parentes meus sempre me alertaram desta minha generosidade, em sempre querem fortalecer meus amigos sem pensar nas consequências. Oras, o que há de errado, são meus amigos... não são?!

 Hoje tive uma prova muito mais forte.
 Um amigo meu foi convidado para criar alguns artes nos muros com um grafiteiro da região. Me perguntou, após eu passar a madrugada em claro fazendo filmagens dele e mais uma galera vandalizando a cidade, se poderia acompanhá-lo neste saga. Disse que com maior prazer, mesmo sem dormir, estaria presente.
 No resumo da história, ouve um imprevisto e não sobrou spray preto para que eu contornasse a minha arte. Liguei (a cobrar) ao meu avô, lhe pedi (mesmo sem emprego) o equivalente a três latas de spray. Ele saiu da casa do caralho em horário de serviço, me encontrou para entregar o dinheiro, comprei as latas de baixo do sol do Saara. Comprei as três, usei meia, consumiram-me duas.

 A quantia de latas não é a questão - ainda mais agora, que tive um problema e perdi metade do texto digitado -, mas é um detalhe, uma peça de um quebra-cabeças que me fez perceber toda a conspiração... ou fato.

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