segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Que sentimento chato de incerteza...

 Tudo é incerto, realmente tudo é incerto. E quando tudo fica certo, nós desconfiamos, achamos que a "esmola é muita", e é aí que o "santo desconfia".
 Imaginamos que a resposta para nossos problemas é a solidão, a reclusão. O distanciamento dos entes acaba sendo a resposta pra tudo, o exílio programado e consciente nos torna pessoas gélidas, mas de certo modo mais racionais. É aí que mora o perigo. Na razão.
 Ignorantemente acabamos tendo razão nas coisas menos reais. Acreditamos cada vez menos na intuição. E negar a intuição é negar o ser como um animal, negar que nós, não somos apenas neurônios envolvidos em cálculos, somos também bichos com emoções. Aí que nos diferenciamos dos macacos.

 Mas chato mesmo, é o clichê de que no fim, tudo dá certo.

domingo, 27 de outubro de 2013

Que epifania chata...

 Há dois meses em média, parei de beber, estou há um pouco mais que isso sem fumar cigarros e tenho me mantido bem longe de qualquer outra droga. Ok, não tão longe assim, convivo com elas ao meu redor, quase que diariamente quando encontro com meus amigos. Mas não as uso, tanto as legais quanto as ilegais (O plural te assusta? Relaxa, o singular é mais perigoso). Neste meio-tempo, não me privei de sair de casa, frequentar os mesmos lugares, ir as baladas ou me alistei no exército de Jesus Cristo. Muito pelo contrário, tenho mantido uma vida de geek sedentário - só nas madrugadas de segunda a quinta - e saído nos finais de semana com a mesma frequência que um bar man. Como desempregado, tenho tido mais tempo para... não ter tempo. Ando de skate quase todos os dias e tento resolver a minha vida em cada passo in falso que dou no decorrer dela.

 E o que está ruim?

 Venho notando ao longo dos meses, desde o ano passado, que o tratamento de alguns e o comportamento de outros "amigos" em relação a minha pessoa tem mudado. Isso começara pelo fato, motivo, causa, razão e circunstância, de eu (será que se escreve assim?), não ser mais um usuário de Cannabis. No início parecia paranoia minha, mas com tempo percebi que não era apenas uma teoria da conspiração de minha parte. Esta teoria tomou forma quando larguei o vício do cigarro, e se concretizou quando larguei o álcool. Não mais era convidado para eventos (nada society light, apenas happy hour mesmo), me esqueciam em certos "roles" e quase sempre era lembrado quando precisavam de alguém pra tirar fotos, fazer aqueles vídeos, arranjar tinta, fazer uns graffitis, digitar isso, criar aquilo... Serviços!
 Me dei conta de que estou sendo visto como um prestador de serviços. Minha avó, minha mãe e mais alguns parentes meus sempre me alertaram desta minha generosidade, em sempre querem fortalecer meus amigos sem pensar nas consequências. Oras, o que há de errado, são meus amigos... não são?!

 Hoje tive uma prova muito mais forte.
 Um amigo meu foi convidado para criar alguns artes nos muros com um grafiteiro da região. Me perguntou, após eu passar a madrugada em claro fazendo filmagens dele e mais uma galera vandalizando a cidade, se poderia acompanhá-lo neste saga. Disse que com maior prazer, mesmo sem dormir, estaria presente.
 No resumo da história, ouve um imprevisto e não sobrou spray preto para que eu contornasse a minha arte. Liguei (a cobrar) ao meu avô, lhe pedi (mesmo sem emprego) o equivalente a três latas de spray. Ele saiu da casa do caralho em horário de serviço, me encontrou para entregar o dinheiro, comprei as latas de baixo do sol do Saara. Comprei as três, usei meia, consumiram-me duas.

 A quantia de latas não é a questão - ainda mais agora, que tive um problema e perdi metade do texto digitado -, mas é um detalhe, uma peça de um quebra-cabeças que me fez perceber toda a conspiração... ou fato.

sábado, 28 de setembro de 2013

Essa saudade derepente, é muito chata.

Descanse em paz, cara!

Semana chata

meados de 2010
 Tudo acontecendo de uma só vez.
 Um grande amigo, que já havia se tornado velho amigo em apenas três anos, nos deixou na ultima semana. Foi um choque só. Cidade pequena, todos estavam cientes de uma só vez. Foi um alvoroço só. Amigos chorando, comerciantes comentando, as pessoas querendo saber o que houve. Mas só houve.
 Andrew nos deixara num fim de tarde de setembro. Procurara o caminho mais fácil, e mais doloroso. Decidiu tirar sua vida, infelizmente. Deixou uma lacuna na vida de seus parentes, familiares, amigos... Todos nós teremos uma lembrancinha só que seja de ti, um ato, uma responsa que seja. Uma ação calorosa de sua parte.
 Lembro de momentos em que me dera conselhos sobre como agir em determinados momentos. Lembro-me de como ria contando seus problemas, debochava deles, e sempre sorria, sempre. Me lembro bem daquela fatídica tarde em que cai de skate, lhe mostrei a foto do machucado e você me desenhara.
 Me lembro dos toques que me dava no skate, era novato no longboard e aprendi muito só te observando. E assim fazia na vida, só te observava. Via como era cada movimento seu, como reagia a cada obstáculo, qual era seu jogo de cintura pra cada conflito.
 Me senti assustado num primeiro instante quando nos deixara, pensei que fosse mentira, boatos... mas não era. Demorei uma madrugada inteira de bebedeira para entender o que havia acontecido, uma madrugada toda em claro para processar a informação. Tive só até o dia seguinte para entender que não voltaria a vê-lo. Serão muitos eventos de downhill slide que lembraremos do teu rosto, dos seus sorrisos, da sua risada.
 Mas sempre pensaremos em ti com emoção.

 Agora sigo assim, na luta contra o vício do cigarro, nos rolês sem ganja, e aproveitando os finais de semana sem uma gota de álcool. Um dia após o outro.
 Com calma tudo se ajeita. E aos poucos vou tomando consciência, que além de não ter mais o Andrew aqui por perto, serei pai e terei de estar esperto.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Como é chato escrever por obrigação.

 Eu e o Dan temos um projeto chamado Sarau Amais. Queremos usar um espaço público aqui da cidade para organizar um Sarau (dã), e dar ênfase aos poetas amadores da cidadezinha-joia. Antes disso, falamos com um vereador conhecido do pai do Dan, e o mesmo adorou (ui) a ideia. Disse que até estudaria a causa, mas teríamos que apresentar o projeto para ele.
 Nos mesmo instante, ele me perguntara: Tens algo digitado, um projeto impresso ou tópicos a me apresentar?
 E claro que respondi: Tenho, só falta imprimir(bullshit).
 Fiquei de levar na mesma tarde para o vereador e corri em casa para digitar em menos de duas horas e lhe entregar. Aí o porém, me esqueci que havia um compromisso no mesmo dia e não pude digitar o documento. Fui adiando cada vez mais e hoje são duas semanas de atraso da documentação. Que relaxo!
 Fiquei acordado ontem, quarta-feira, até de madrugada digitando o bendito do projeto para ser apresentado aos coitados dos estagiários do vereador. Tratei de colocar muito amor em cada linha, especificar que não há fins lucrativos e o quão bom isto seria pra população e a cultura/arte regional. Mas é um saco!
 Odeio ter que fazer as coisas por obrigação. Se tivesse apenas que usar minha lábia para dar início ao projeto, tudo seria mais fácil. De certo modo, é bom que exercito minha datilografia (pff --').
 Agora, ás 14:05, ouvindo She's Lost Control, tenho que revisar o doc, garantir que não há nada fora dos eixos, correr numa lan house próxima e imprimir o documento e entregá-lo até ás 17:00. Tudo por quê eu menti. Disse que já tinha o documento em mãos.

 Fazer o quê?! É o famoso jeitinho brasileiro.
 Tu num é malandro? Agora aguenta, nojento!